quinta-feira, 28 de junho de 2012

A beleza das flores, a sombra das folhas e a intenção da semente


Nos últimos doze meses este blog chegou até este ponto. Se, por um lado, uma injustiça pode prejudicar, por outro pode mobilizar. E foi isso que aconteceu comigo: diante de vários casos descarados de plágio, resolvi ler sobre o assunto, criar este espaço e correr atrás para divulgar que é crime, que tem consequências sim e que compromete a qualidade do ensino e da aprendizagem. Foi assim que, em abril deste ano, surgiu este blog, cujo conteúdo eu vinha acessando desde o ano passado.

Minha maior dificuldade foi tratar o tema porque sou leiga no assunto. Por isso, além deste blog, tentei sensibilizar a mídia impressa e virtual, programas de TV e rádio, comissões organizadoras de eventos científicos, instituições superiores de ensino, escolas da Ed. Básica e representantes do poder público para tratar o tema. Foi uma forma de levantar a questão com pessoas que tem competência para fazer um debate de qualidade, escrever e falar sobre o assunto.

Em alguns casos fui ouvida e apoiada, em outros nem recebi resposta ou fui desmotivada.

Neste contexto, encontrei muitas pessoas que, como eu, acreditam que a Educação pode ser de qualidade e não "de quantidade". 

Encontrei também muitas pessoas que me ajudaram, em uma solidariedade que foi quase — ou foi mesmo — uma caridade: Roberta Zampetti, Flora Minardi, Bernardo Caram, Públio Athayde, Rogério Christofoletti, Denis Borges Barbosa, Paulo Sergio Lacerda Beirao, Ricardo Antunes (ilustrador), equipe da TV ALMG (em especial do programa "Sala de Imprensa"), dentre várias outras que me ajudaram no esclarecimento de dúvidas, auxiliaram com compartilhamento de textos sobre o tema ou que ajudaram na divulgação e no debate sobre plágio. A estas pessoas sou, claro, muito, mas muito grata mesmo!

Os casos compartilhados mostram que há consequências. Sobre estas, há questionamentos importantes a serem feitos sobre as punições: "será mesmo necessária esta punição?"; "será que punir, nesta situação, resolve?"; "como foi a trajetória escolar e acadêmica desta pessoa que cometeu plágio: será que ela foi bem orientada sobre esta prática e sobre como evitá-la?"; "como era a qualidade das aulas ministradas na instituição de ensino onde esta pessoa se formou?".

Tomara que meus questionamentos sejam feitos por pessoas que tem mais condições do que eu de interferir no funcionamento das escolas da Ed. Básica e nas universidades no que diz respeito à formação ética e profissional.

De qualquer forma, concluo esta parte da jornada em boa companhia:

"Se não houve frutos, valeu a beleza das flores. Se não houve flores, valeu a sombra das folhas. Se não houve folhas, valeu a intenção da semente" Henfil


O blog continuará sendo mantido. Sejam sempre bem-vindas e bem-vindos.


Alessandra Belo.