Se, por um lado, escolas e universidades são instituições onde o conhecimento científico é ensinado para a população, por outro a redação de textos científicos tem deixado muito a desejar nas escolas, o que leva estudantes a plagiar para cumprir suas obrigações escolares e acadêmicas.
Mas,
por que será que isso acontece? Por que estudantes que ficam mais de
dez anos na Ed. Básica e quatro, cinco, seis anos na universidade
saem cometendo plágio, sem saber redigir um texto científico de
qualidade e sem respeitar os direitos autorais dos autores consultados?
Uma das razões pode ser o excesso de temas a serem trabalhados. Na aposta da sociedade de que a escola pode resolver os problemas sociais ao trabalhar determinados conteúdos, é muito comum que leis sejam propostas e aprovadas sem um diálogo com educadores, principalmente com os professores que estão no chão da escola, ou seja, que cotidianamente trabalham dentro das salas de aula e convivem com estudantes. Uma vez aprovadas, estas leis são difíceis de serem implementadas e os problemas são muitos: desde a simples falta de tempo para encaixar um tema dentro da grade curricular e do horário das aulas até a capacitação dos professores para trabalhar determinado conteúdo.
Uma das razões pode ser o excesso de temas a serem trabalhados. Na aposta da sociedade de que a escola pode resolver os problemas sociais ao trabalhar determinados conteúdos, é muito comum que leis sejam propostas e aprovadas sem um diálogo com educadores, principalmente com os professores que estão no chão da escola, ou seja, que cotidianamente trabalham dentro das salas de aula e convivem com estudantes. Uma vez aprovadas, estas leis são difíceis de serem implementadas e os problemas são muitos: desde a simples falta de tempo para encaixar um tema dentro da grade curricular e do horário das aulas até a capacitação dos professores para trabalhar determinado conteúdo.
O
que muitas pessoas se esquecem é de que, nas mãos de poucos e
direcionada para muitos, a Educação no Brasil tem o enorme desafio de
atender e garantir a qualidade de ensino em todo tipo de escola:
pública e privada; localizada em grandes centros urbanos e na zona
rural; escolas indígenas e quilombolas; escolas localizadas em regiões
de fácil acesso e escolas localizadas em comunidades dominadas pela
violência e pelo tráfico de drogas.
E
é assim que os profissionais que trabalham nestes espaços são tratados
em um país que diz que se preocupa com a Educação: salários baixos;
desvalorização profissional; carga horária excessiva; falta de tempo
para qualificação profissional; submissão cada vez maior à leis
redigidas e aprovadas por pessoas que sabem pouco ou nada sobre a
escola, seu funcionamento, seu tempo, seu espaço, seu papel na
sociedade.
Enquanto
a escola e seus profissionais não forem valorizados e a escola
continuar sendo vista como local para solucionar todos os problemas
sociais, a Educação continuará sendo de péssima qualidade. E a fraude na
produção científica continuará fazendo parte do cotidiano escolar e
universitário, afinal de contas, quem tem tempo de ensinar com qualidade
diante de tantas demandas sociais?
Desta forma, é preciso definir a melhor maneira de as instituições de ensino qualificarem seus docentes e inserirem temas contemporâneos no conteúdo escolar sem, entretanto, afetar a qualidade do ensino. Além disso, é preciso remunerar bem professores e ofertar cursos de atualização docente de qualidade, além de atualizar os currículos dos cursos de Pedagogia e Licenciatura, pois estes fazem parte da qualificação profissional.
Mas, quem quer ter tanto trabalho? É bem mais fácil propor uma lei, aprová-la e, vá lá, os professores que se virem... E, infelizmente, acabam se virando mesmo: dão notas para trabalhos que não tem tempo para ler; não tem tempo para identificar a qualidade do texto produzido pelos alunos; fazem cursos de capacitação fajutos; compram diplomas de pós-graduação, etc.
É a forma que os professores encontram de driblar a carga horária excessiva e as exigências impostas para a categoria.
Depois de tudo isso, ficam duas perguntas: vale a pena ser professor(a) no Brasil? Qual é o papel da escola?
Referências:
As leis e a autonomia das escolas - Juca Gil
A qualidade da educação brasileira - Eduardo de Freitas
Veja também este artigo sobre o produtivismo acadêmico:
(Des) Fetichização do Produtivismo Acadêmico: desafios para o trabalhador pesquisador - Ana Maria Netto Machado e Lucídio Bianchetti
Desta forma, é preciso definir a melhor maneira de as instituições de ensino qualificarem seus docentes e inserirem temas contemporâneos no conteúdo escolar sem, entretanto, afetar a qualidade do ensino. Além disso, é preciso remunerar bem professores e ofertar cursos de atualização docente de qualidade, além de atualizar os currículos dos cursos de Pedagogia e Licenciatura, pois estes fazem parte da qualificação profissional.
Mas, quem quer ter tanto trabalho? É bem mais fácil propor uma lei, aprová-la e, vá lá, os professores que se virem... E, infelizmente, acabam se virando mesmo: dão notas para trabalhos que não tem tempo para ler; não tem tempo para identificar a qualidade do texto produzido pelos alunos; fazem cursos de capacitação fajutos; compram diplomas de pós-graduação, etc.
É a forma que os professores encontram de driblar a carga horária excessiva e as exigências impostas para a categoria.
Depois de tudo isso, ficam duas perguntas: vale a pena ser professor(a) no Brasil? Qual é o papel da escola?
Referências:
As leis e a autonomia das escolas - Juca Gil
A qualidade da educação brasileira - Eduardo de Freitas
Veja também este artigo sobre o produtivismo acadêmico:
(Des) Fetichização do Produtivismo Acadêmico: desafios para o trabalhador pesquisador - Ana Maria Netto Machado e Lucídio Bianchetti
Autoria: Alessandra Belo
2012
2012